Autor: George R. R. Martin
Tradutores: Jorge Colaço e Luís Santos
Editora: Saída de Emergência
Nº de Páginas: 400
Sinopse:
George R. R. Martin, autor de As Crónicas de Gelo e Fogo, regressa com algumas das suas melhores histórias de sempre.
Uma criança do inverno cria uma relação especial com um dragão. Uma nave espacial ruma no espaço em busca de uma mítica raça, mas estará o mistério na própria raça ou na estranha nave em que navegam? Uma velha torre de cinzas serve como refúgio para um homem destroçado. Um escritor cria um universo de personagens, e cada uma delas vive no mundo que ele lhes determinou. Um milionário convoca os seus antigos colegas para um confronto de xadrez com revelações inesperadas. Um homem adora comer mas odeia ser gordo, conseguirá a provação do tratamento do macaco ajudá-lo a definir prioridades? A vida sexual de um manipulador de cadáveres pode ser relativamente perfeita, mas não quando se acredita no amor.
Dez histórias multipremiadas que exploram temas universais, de leitura indispensável para os fãs do autor e para todos os que desejam conhecer o verdadeiro potencial da literatura fantástica.
Opinião:
O "O Dragão do Inverno & Outras Histórias" é uma coletânea de dez contos escritos por George R. R. Martin, que vão desde o terror à ficção científica. Quando li a sinopse do livro fiquei logo apaixonado pelas histórias que poderia contar e adorei o desenho da capa: um dragão a sobrevoar um castelo. Sendo Martin o criador dos Sete Reinos, seria evidente que a capa tivesse referências à sua obra mais conhecida. Para qualquer fã de "As Crónicas de Gelo e Fogo", as expectativas seriam altas. Tendo eu lido também "Sonho Febril" e gostado igualmente da obra, as minhas expectativas para estes contos estavam ainda mais elevadas. Contudo, a desilusão chegou logo com o primeiro conto.
Alguns contos ("Esta Torre de Cinzas", "E Sete Vezes Nunca Mateis um Homem" e "Nightflyers") são extremamente chatos. Foi doloroso lê-los e demorei um mês para terminar o livro por causa deles. Nesses contos, curiosamente os de ficção científica, somos praticamente atirados para um mundo desconhecido e é difícil absorver tudo de uma vez. Não há tempo para assimilar as coisas. Já para não falar do nome de algumas personagens e terras difíceis de decorar.
O facto do livro ter erros ortográficos, resultantes do trabalho de tradução, contribuiu também para que detestasse lê-lo, mas há pontos positivos a referir, como a variedade de temas que são abordados: amor, religião, afetos, medo, vingança e outros. Para além disso, existe uma breve introdução que antecede cada conto, explicando a origem deles e os prémios que arrecadaram. Os contos são bem escritos e nota-se a mão do Martin, por causa das descrições, nomeadamente das personagens que são sempre descritas de forma peculiar.
Dos dez contos, adorei ler três que mexeram comigo. Sem dúvida que o melhor é "O Dragão do Inverno", não só pela semelhança do mundo de Westeros, como pela sensibilidade do autor em aprofundar a personagem principal, Adara, e a relação que ela cria com o Dragão do Inverno. "O Homem da Casa-da-Carne" é um pouco macabro e impressionante, pois explora a busca do amor de Trager e o falhanço do mesmo em obter/sentir o que já teve/sentiu. Há citações realmente bonitas e que nos fazem pensar em quantas vezes já nos iludimos no valor das palavras que dizemos e no valor que atribuímos àquelas que ouvimos. O conto termina com uma frase que descreve toda a busca do protagonista: "De todas as mentiras cintilantes e cruéis que nos dizem, a mais cruel é aquela a que chamam amor." Por último, em "Recordando Medoly", George R. R. Martin brincou comigo. O conto encerrou de uma forma inesperada e arrepiante. Confesso que, quando o terminei de ler, fiquei de olhos arregalados para a última frase e irei recordar este conto durante uns bons tempos.
É um bom livro para conhecermos um outro lado do autor, mas é uma obra penosa de se ler, principalmente para quem não gosta de ficção cientifica, como é o meu caso, penso eu. Para quem quer começar a ler George R. R. Martin este não é o melhor livro. Agora para quem ama a escrita do autor, posso dizer que este livro poderá preencher as medidas. Comigo não teve esse efeito, porque me aborreci bastante com os contos de ficção cientifica e um deles tem 100 páginas, portanto imaginem o sacrifício e esforço que fiz para o terminar.
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