Título original: Le Roi de fer; La Reine étranglée
Autor: Maurice Druon
Editora: Marcador
Nº de páginas: 503
Sinopse:
O Rei de Ferro - Filipe, o Belo - é frio, cruel, silencioso, e governa o reino sem hesitações. Apesar disso, não consegue dominar a própria família: os filhos são fracos e as esposas, adúlteras, ao mesmo tempo que a sua filha de sangue, Isabel, é infeliz no casamento com o rei inglês - que parece preferir a companhia de homens. Empenhado na perseguição aos ricos e poderosos Templários, Filipe sentencia o grão-mestre Jacques de Molay a ser queimado na fogueira, atraindo sobre si uma maldição que vai destruir o futuro da sua dinastia. Morre nesse mesmo ano, deixando o reino em grande desordem. O seu filho é nomeado rei, mas com a esposa presa e acusada de adultério, é incapaz de gerar um herdeiro e de garantir a sucessão. Enquanto a cristandade espera um papa e as pessoas estão a morrer de fome, as rivalidades, intrigas e conspirações vão despedaçar o reino e levar barões, banqueiros e o próprio rei a um beco sem saída, ao qual só parece ser possível escapar pelo derramamento de sangue.
Opinião:
"O Rei de Ferro e a Rainha Estrangulada" é a junção de dois livros escritos por Maurice Druon, "Le Roi de fer" e "La Reine étranglée". Ambos os volumes fazem parte da saga "Les Rois Maudits", traduzida para Portugal como "Os Reis Malditos". Confesso que só decidi comprar este livro porque estava acompanhado com uma tira de papel com a seguinte mensagem: "Esta é a Guerra dos Tronos original". Viciado como sou na saga de George R. R. Martin, obviamente que não resisti. Sempre tive curiosidade para saber em que obras o tio Martin se inspirou para construir o mundo de "As Crónicas de Gelo e Fogo" e notei claramente algumas inspirações, nomeadamente o Mindinho, que se assemelha ao Enguerrand de Marigny, e o núcleo das noras de Filipe IV, semelhante ao de Margaery Tyrell com as primas no quinto volume.
O primeiro livro, "O Rei de Ferro", apresenta-nos a França em pleno século XIV, com o rei Filipe IV, o Belo, no comando. Esse volume tem dois focos principais: o fim dos Templários e a consequente maldição criada pelo grão-mestre Jacques de Molay, líder da Ordem, e o adultério praticado pelas noras do rei. Uma delas conseguiu conquistar-me na perfeição. Margarida de Borgonha usava da sua sensualidade para elevar o seu ego. Provocava o seu amante de forma tão sagaz ao ponto dele não saber se de facto ela nutria sentimentos por ele ou se estava apenas a jogar. Sem dúvida a minha personagem favorita dos dois livros!
Em "A Rainha Estrangulada", o foco da narrativa tornou-se mais político, uma vez que sobe ao trono um novo rei, Luís X, o Teimoso. Aliás, teimoso, burro e irritante! Que personagem tão chata! Só consegui suportá-lo um pouco mais quando um segredo foi revelado e aí percebi que a personagem afinal tem sentimentos e não é tão vazio como pensava. Com um novo rei no poder, é necessário a eleição de um novo Papa e um casamento com uma nova rainha. É em torno dessa necessidade de mudança/progressão que a acção se passa. Em comparação com o primeiro, este segundo volume da saga "Os Reis Malditos" foi um pouco mais lento, devido ao jogo de poder que, para mim, não me atraiu. Contudo, não deixou de ser uma boa leitura.
A escrita de Maurice Druon é bastante acessível. Ele utiliza alguns termos não muito habituais hoje em dia, mas quem teve aulas de História entenderá perfeitamente. Para além disso, os capítulos são pequenos e seguem apenas uma linha de acção, nunca aborrecendo o leitor com plots para encher chouriços. Para enriquecer a leitura, o livro vem acompanhado de notas históricas e biográficas, imprescindíveis para compreender todo o contexto histórico de França, bem como a árvore genealógica de Filipe IV. Notou-se que o autor fez uma grande pesquisa sobre a dinastia capetiana.
É um livro riquíssimo que teve a capacidade de me conquistar logo nas primeiras páginas. Espero que a Marcador publique os próximos volumes o mais rápido possível! Recomendo este livro a todos os fãs de ficção histórica e da obra de George R. R. Martin. A saga de Druon é "A Guerra dos Tronos" sem o elemento magia, combinando intrigas e personagens cativantes.
Classificação:
Olá,
ResponderEliminarEstou a ver que gostaste muito do livro, tenho-o para ler na estante acho que vou pensar seriamente em o ler ainda este ano. Gostei da tua opinião.
Beijinhos e boas leituras.
Olá Carla :D
EliminarSim, lê. É uma boa decisão, acredita. O livro é muito bom!
Beijinho*