LUDUTOPIA

sábado, 11 de julho de 2015

Trust No Bitch


Na semana passada terminei de ver a terceira temporada de "Orange is The New Black" e, mais uma vez, gostei de acompanhar a vida das prisioneiras mais carismáticas do nosso planeta. Mas, apesar de tudo, achei mais do mesmo. A fórmula desta temporada foi igual às anteriores: apresentar o passado das personagens fora da prisão para ligar isso ao presente ou vice-versa.
Uma vez que a temporada tem 13 episódios e é impossível falar de todos os plots, irei apenas centrar-me nos pontos positivos e negativos de forma a não me estender muito.


Comecemos então pelo desenvolvimento de Tiffany 'Pennsatucky' Doggett. Para quem viu as temporadas anteriores, Tiffany parecia uma religiosa extremamente louca (ou uma louca extremamente religiosa?) pronta a tramar as colegas. Nesta temporada vimo-la a criar uma amizade com a Boo e com um dos polícias da prisão. Esse amadurecimento da personagem deve-se, penso eu, ao facto dela ter entendido o mal que fez às colegas. Com o passado dela, começamos a percebe-la melhor, nomeadamente no quesito amoroso. É interessante ver como a forma como foi educada pela mãe influenciou todos os seus relacionamentos amorosos. Fiquei com pena dela e bastante triste quando algum rapaz a usou.


Joe Caputo tornou-se uma das minhas personagens favoritas na temporada anterior, e nesta não foi excepção. Gostei bastante do seu desenvolvimento! Acho que foi um dos plots mais bem trabalhado ao longo de toda a série. Sempre foi visto como um polícia com um sentido de justiça bastante apurado e pronto a defender os indefesos, fazendo tudo para criar um ambiente seguro dentro da prisão. Com a nova gerência da instituição, vemos um bom polícia a tornar-se num ser maleável pelo sistema e que, ao sentir-se desapreciado pelos colegas, converte-se e assume o seu poder de forma bruta e egoísta. Apesar de não ter gostado no que ele se transformou, tenho de dar o braço a torcer que foi muito bem explorado, desde as escolhas dele no passado às situações actuais.


Quando Brook Soso entrou na segunda temporada devo dizer que não gostei da sua atitude. Demasiado liberal, ideias muito avançadas para alguém que está numa prisão, muito revolucionária, mas no fundo uma rapariga amedrontada pela solidão. Na terceira temporada isso tornou-se mais evidente, quando a vimos à procura de uma amizade. Tentou integrar-se num grupo, mas foi rejeitada por ser demasiado faladora e asiática. Essa rejeição contribuiu para que ela andasse desanimada ao ponto de tomar atitudes não muito saudáveis. Gostei bastante de acompanhar o modo como as pessoas à sua volta lidaram com tudo isso, desde o idiota do polícia que em vez de a ajudar, só piorou as coisas, até às colegas negras que a olharam de lado e, mais tarde, a ajudaram. Blasian is beautiful. Espero que na quarta temporada ela se envolva com a Poussey, já que ambas estão à procura de algo para as suas vidas.


O rumo que decidiram criar para a Nicky foi o mais idiota possível. Em poucos episódios despacharam a personagem de forma injusta. Não sei se quiseram livrar-se da actriz, mas fiquei com essa sensação. Sendo uma personagem carismática e querida do público, porque raio criaram este plot para ela? Fiquei mesmo indignado quando terminei a série e nem mais sinal da drogada. Enfim! Espero que volte na próxima temporada!


O plot do polícia Bennett também foi outro que mais valia nem ter existido, se fosse para terminar como ficou. Depois de, ao longo de duas temporadas, acompanharmos o amor entre Dayanara e Bennet ficamos crentes que iam terminar juntos, ou pelo menos que a filha ficasse nas mãos da família da latina, mas com visitas regulares do polícia. Pois bem, os autores decidiram cagar para essa história de amor (a única decente na série) e transformar o Bennett num cobarde.

E porque falar de uma série sem referir a protagonista parece mal... Piper continua irritante como sempre. Quando tudo parecia que ia dar certo, que seria desta que a personagem ganharia juízo e deixava de ser chata... SURPRISE BITCH! Uma versão feminina do Justin Bieber entrou na prisão e perturbou o mexilhão de Piper. Nesta temporada, a protagonista esteve no auge do cio emocional: sedenta para ganhar uns trocos e flopada na sua relação com a Alex. Se já a achava insuportável, agora apenas reviro os olhos sempre que aparece em cena.
Como a vida é feita de ironias e de uma boa dose de karma... A vida sambou na cara da prisioneira, mostrando-lhe que não pode confiar em ninguém. Como altruísta que é  só que não , Piper decidiu dar o troco e ter o seu momento de glória, só porque o seu ego precisa... Porque tudo deve girar à volta de Piper, não é verdade? Nunca confiem em alguém que usa cuecas cor-de-rosa!
Espero que na próxima temporada a Piper tenha cada vez menos importância e que dêem o devido destaque a personagens queridas como a Nicky ou que desenvolvam plots mais interessantes e não a porcaria que fizeram com o Bennett.

5 comentários:

  1. Partilho as tuas opiniões. Assim que vi o actor que interpreta o Bennett no "How To Get Away With Murder" pensei logo que iria saír de OITNB. Como entrou no início desta temporada ainda tive esperança, mas parece que foi de vez. Tanto ele como a Nicky tiveram finais(?) miseráveis. Espero que pelo menos um deles volte!

    Ricardo, The Ghostly Walker.

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    1. Eu acho que a Nicky vai voltar, já o Bennett é que duvido :s

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  2. Nunca vi esta série mas estava com vontade de começar. Vale a pena?

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    1. Recomendo, Diogo. A série já tem 3 temporadas e são todas boas :)

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  3. Desconhecia esta série mas parece interessante.
    Beijocas e boas leituras.

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