Não, este não será um post sobre auto-ajuda! "My Mad Fat Diary" chegou ao fim. A terceira e última temporada teve apenas três episódios para encerrar um capítulo de Rachel "Rae" Earl. Sim, foram precisas três temporadas para Rae aprender a valorizar-se e ser capaz de entender que é mais forte do que pensa.
Antes de falar um pouco sobre a última temporada, quero esclarecer-vos um pouco sobre como tudo começou. Com 16 anos, Rachel sai de um hospital psiquiátrico onde passou alguns meses. Ao reencontrar a sua ex melhor amiga, Chloe, começa um jogo de mentiras para ninguém saber os seus problemas de saúde mental. O problema é que, à medida que vai convivendo com a Chloe, vai-se integrando no grupo dela, passando a ter de esconder a verdade não só a uma pessoa, mas a todo o grupo, a fim de agradá-los e não ficar sozinha.
(Chloe)
"My Mad Fat Diary" tinha tudo para ser a típica série da menina gorda que não consegue ter amigos e tem um fascínio pelo menino bonito, mas as aparências enganam. Quem é fã das séries britânicas, como "Misfits" e "Doctor Who", já sabe que eles costumam caprichar na qualidade do roteiro. "My Mad Fat Diary" não é excepção! A série vai muito mais além do óbvio e do básico. Para além disso, passa-se nos anos 90 e a banda sonora é muito boa.
Como adolescente que é, nem tudo o que Rachel diz é o que realmente pensa. Um dos pontos positivos da série é que, explorando temas pesados, há sempre momentos mais leves, nomeadamente com os pensamentos de Rae. Pensamentos esses que chegamos a ver/ler no ecrã.
Desde sempre, um dos grandes problemas da protagonista foi lidar com o que as pessoas à sua volta pensariam dela e se a aceitariam. No início da série notámos que há uma certa distância entre a protagonista e a sua mãe, Linda. Em contrapartida, no fim de tudo, essa relação evoluiu imenso. Tanto a mãe como a filha já se entendem melhor e percebem-se uma à outra. Não só Rachel cresceu, como Linda também e aprendeu a conviver com os problemas da filha.
(Linda)
Esta temporada centrou-se essencialmente no "largar o ninho". Com o fim do secundário, chegou a hora de Rachel abandonar as suas raízes para enfrentar a universidade. O problema é que, como ela sempre esteve habituada a não sair da sua zona de conforto e a estar rodeada dos seus amigos, viu-se confrontada com uma realidade para a qual ela achou não estar preparada. Essa possível mudança de vida atormentou-a, trazendo à tona a sua antiga forma de lidar com os problemas. Consequentemente, o seu psicólogo teve um papel fundamental em guiá-la e fazê-la entender que toda a gente tem medo de coisas novas. Faz parte do ser humano temer o desconhecido, não é verdade? E não é por isso que Rachel continua doente, simplesmente tem de saber seguir o seu rumo sem os alicerces que tanto a ampararam, ao ponto de colocarem a dor dela em primeiro lugar.
Assim, após muito pensar e raspanço na parede (literalmente!!), Rachel permitiu que os outros a largassem para prosseguirem com as suas vidas, tal como ela. A cena final foi muito bonita e não podia ter terminado de outra forma:
"Dear Diary… That’s the secret, I reckon. You don’t need fixed ideas about who you are or where you’re headed. You don’t need offers or grades or stamps of approval. You just need to be ready to cope with whatever crap comes your way. And as for all the crazy shit: the mental screw-ups and the madness… Well, that’s mine, Dear Diary. I get to keep that. That travels with me."
Rachel entendeu que antes de os outros a aceitarem, ela deve, em primeiro lugar, aceitar-se a si própria, pois só assim é que poderá continuar o seu caminho de forma saudável. Aprendeu que, apesar de ter uma família e amigos preocupados com ela, deve desenvencilhar-se sozinha e deixar de esperar que a salvem. Só podia ter terminado esta série com um orgulho enorme pela protagonista! Valorizem-se, tal como Rachel Earl o fez! :)
Olá ,
ResponderEliminarNão queres participar na Leitura Conjunta de Agosto?
O tema é ficção científica, passa no meu blogue para veres melhor. Eu coloquei três livros e a Su colocou um. Para depois irem a votação.
Anda lá participar.
Beijinhos e boas leituras.
Tenho pena que tenha terminado, mas ao mesmo tempo não poderia ter terminado de outra forma. Fiquei triste quando soube que seria o fim da série, mas ao ver o episódio senti-me bem porque foi um desenlace bom, não houve pontas soltas. E a Rae finalmente percebeu o que a rodeia.
ResponderEliminarEla é uma pessoa forte e ela foi descobrindo isso ao longo das (pequenas) temporadas. E mais do que isso, ela percebeu que (tal como a maioria de nós achamos) nao precisa de se esconder, criar uma fachada, uma máscara perto dos amigos e família por medo de não a aceitarem/entenderem, não querendo os sobrecarregar com os problemas porque achava que não saberiam lidar com eles. Ela é forte e parte dessa força vem dos amigos incríveis que tem que, independentemente de tudo, estão lá para a apoiar e ajudar se ela precisar. Ela não está sozinha, nem precisa de lidar com os problemas sozinha.
Ela precisava de aprender que pode ser independente, mas ao mesmo tempo não precisa de viver tudo sozinha porque tem um grupo de amigos que gosta dela e apoia, mesmo nos momentos mais sombrios. :)
Nos entretantos, já arranjei os livros que serviram de base para a série, fiquei curiosa x)
É uma série que estou com muita curiosidade para ver.. e não sei porquê tinha outra ideia da série.. ainda fiquei com mais vontade de a ver.. :D
ResponderEliminarBeijinhos*