Autor: David Anthony Durham
Editora: Saída de Emergência
Nº de páginas: 339
Sinopse:
Um assassino enviado das regiões geladas do norte numa missão. Um império poderoso cercado pelo seu mais antigo inimigo. Quatro príncipes exilados, determinados a cumprir um destino. Prepara-te, leitor, para entrar no mundo deslumbrante de Acácia.
Leodan Akaran, rei soberano do Mundo Conhecido, herdou o trono em aparente paz e prosperidade, conquistadas há gerações pelos seus antepassados.
Viúvo, com uma inteligência superior, governa os destinos do reino a partir da ilha idílica de Acácia. O amor profundo que tem pelos seus quatro filhos, obriga-o a ocultar-lhes a realidade sombria do tráfico de droga e de vidas humanas, dos quais depende toda a riqueza do Império. Leodan sonha terminar com esse comércio vil, mas existem forças poderosas que se lhe opõem.
Então, um terrível assassino enviado pelo povo dos Mein, exilado há muito numa fortaleza no norte gelado, ataca Leodan no coração de Acácia, enquanto o exército Mein empreende vários ataques por todo o império. Leodan, consegue tempo para colocar em prática um plano secreto que há muito preparara. Haverá esperança para o povo de Acácia? Poderão os seus filhos será chave para a redenção?
Opinião (sem spoilers):
As minhas expectativas estavam baixas para esta trilogia (que em Portugal foi dividida em seis volumes), mas foram superadas! Fiquei bastante surpreso por terminar o livro e pensar que gostei. Não sei porque raio estava a contar com algo mau. Talvez por recear algo semelhante às "Crónicas de Gelo e Fogo". Claro que o género e alguns ingredientes são os mesmos, mas logo nas primeiras páginas entendi a clara diferença entre ambos. "Acácia" é uma saga com um enredo bastante mais rápido e menos complexo, mas igualmente bom.
O primeiro volume serviu como uma apresentação às tramas principais do enredo, bem como aos protagonistas dos mesmos. Fomos apresentados a um reino governado por Leodan Akaran, aparentemente um rei sensato e justo, quando na verdade esconde muitos segredos, não só seus, como dos seus antepassados. Foi uma jogada inteligente do autor, colocar o passado como uma "personagem" do presente. Trazer à tona o que aconteceu há muito tempo atrás, e que mudou o rumo da história de Acácia até então, foi bastante impactante e enriquecedor enquanto base para todo o clima de terror.
Conhecemos também os inocentes filhos do rei que nada sabem acerca dos verdadeiros pilares que sustentam Acácia. Aliver é o filho mais velho e herdeiro, que está constantemente a provar a si mesmo que é bom nalguma coisa, o problema é que ele não sabe no que é bom. Foi treinado de forma diferente dos outros rapazes. Foi treinado para se proteger, não para proteger os outros através da luta. Foi educado para ser um futuro rei e não um guerreiro. Portanto, vive numa luta constate entre ser o que gostaria de ser e o que querem que ele seja. Há uma passagem muito interessante de uma personagem que lhe esclarece esse dilema:
A filha mais velha, Corinn, é um pouco parecida com a Sansa Stark das "Crónicas de Gelo e Fogo", porém, menos ingénua e mais atiçada. Ela sabe jogar os jogos dos tronos e deixa-se tornar um peão dentro dos limites necessários. No entanto, mais para o final do volume, nota-se uma fragilidade que vai ser a ruína dela, caso não consiga transformar essa parte fraca numa arma a seu favor! Espero que abra os olhos a tempo!
Mena, a outra filha do rei, tem uma relação mais afastada com a sua irmã, à semelhança das Stark, e mais próxima com os seus irmãos. Em certos pontos fez-me lembrar a Arya da obra de George R. R. Martin, por causa do seu espírito aventureiro e da ligação com uma espada que a acompanha numa determinada altura. Contudo, o autor soube surpreender e fiquei bastante surpreendido com a reviravolta na vida da personagem! Nunca pensei que se fosse tornar no que acabou por ser.
O filho mais novo, Dariel, é igualmente aventureiro e curioso como Mena, e à semelhança dos irmãos, vê a sua vida transformar-se em algo totalmente diferente do que deveria ser. Confesso que foi uma das transformações que mais me agradou. Espero que me surpreenda ainda mais no próximo volume. Estou mesmo a contar com algo fantástico!
A ligação que esses príncipes têm com o seu pai é bastante bonita, porque nota-se uma preocupação do rei em manter a ingenuidade deles no meio de um reino completamente em perigo. Para além disso, o sentimento paternalista está bastante vincado, nota-se mesmo uma vontade de Leodan em participar nas brincadeiras e alimentar o mundo fantasioso que as crianças conhecem. O carácter dele enquanto rei pode ser duvidoso, mas enquanto pai o mesmo já não acontece, pelo contrário.
Um personagem intrigante é o melhor amigo e conselheiro do rei, Thaddeus Clegg! Juro que não entendo certas atitudes tomadas por ele. Ora assume o papel de vilão, ora assume o papel de Maria Madalena arrependida. Eu entendo todos os motivos da porcaria que ele fez (e eles são realmente fortes), apesar de não achar razoável e justificatório, mas ainda assim acho o personagem confuso. Não consigo gostar dele. Aliás, não simpatizo mesmo nada com a criatura!
A acção é bastante rápida. Há certas coisas que acontecem, principalmente com Aliver, demasiado depressa. Esperava que surgissem de forma um pouco lenta e gradual. Mas foi só com o herdeiro do trono, porque com os restantes até foi aceitável.
Recomendo o livro para todos os fãs de fantasia. E que desengane-se quem pensa que é uma cópia da obra de Martin, porque não é. Eu é que notei alguns semelhanças. Só isso! Enfim, estou ansioso para começar o segundo livro e espero que nos próximos volumes os irmãos se unam como armas e líderes para limpar o nome dos Akaran! Unidos transformarão Acácia!
O primeiro volume serviu como uma apresentação às tramas principais do enredo, bem como aos protagonistas dos mesmos. Fomos apresentados a um reino governado por Leodan Akaran, aparentemente um rei sensato e justo, quando na verdade esconde muitos segredos, não só seus, como dos seus antepassados. Foi uma jogada inteligente do autor, colocar o passado como uma "personagem" do presente. Trazer à tona o que aconteceu há muito tempo atrás, e que mudou o rumo da história de Acácia até então, foi bastante impactante e enriquecedor enquanto base para todo o clima de terror.
Conhecemos também os inocentes filhos do rei que nada sabem acerca dos verdadeiros pilares que sustentam Acácia. Aliver é o filho mais velho e herdeiro, que está constantemente a provar a si mesmo que é bom nalguma coisa, o problema é que ele não sabe no que é bom. Foi treinado de forma diferente dos outros rapazes. Foi treinado para se proteger, não para proteger os outros através da luta. Foi educado para ser um futuro rei e não um guerreiro. Portanto, vive numa luta constate entre ser o que gostaria de ser e o que querem que ele seja. Há uma passagem muito interessante de uma personagem que lhe esclarece esse dilema:
"- Ninguém escolhe o pai que tem. Nem tu, nem eu, nem ninguém. Mas, acredita, quando se nasce com uma missão, não a devemos recusar. Não fazer aquilo para que nascemos é um fardo pesado de suportar."Aliver acaba por aceitar a sua missão de vida, planeada pelo pai há muito, e decide abraçá-la como sua, embora reticente.
A filha mais velha, Corinn, é um pouco parecida com a Sansa Stark das "Crónicas de Gelo e Fogo", porém, menos ingénua e mais atiçada. Ela sabe jogar os jogos dos tronos e deixa-se tornar um peão dentro dos limites necessários. No entanto, mais para o final do volume, nota-se uma fragilidade que vai ser a ruína dela, caso não consiga transformar essa parte fraca numa arma a seu favor! Espero que abra os olhos a tempo!
Mena, a outra filha do rei, tem uma relação mais afastada com a sua irmã, à semelhança das Stark, e mais próxima com os seus irmãos. Em certos pontos fez-me lembrar a Arya da obra de George R. R. Martin, por causa do seu espírito aventureiro e da ligação com uma espada que a acompanha numa determinada altura. Contudo, o autor soube surpreender e fiquei bastante surpreendido com a reviravolta na vida da personagem! Nunca pensei que se fosse tornar no que acabou por ser.
O filho mais novo, Dariel, é igualmente aventureiro e curioso como Mena, e à semelhança dos irmãos, vê a sua vida transformar-se em algo totalmente diferente do que deveria ser. Confesso que foi uma das transformações que mais me agradou. Espero que me surpreenda ainda mais no próximo volume. Estou mesmo a contar com algo fantástico!
A ligação que esses príncipes têm com o seu pai é bastante bonita, porque nota-se uma preocupação do rei em manter a ingenuidade deles no meio de um reino completamente em perigo. Para além disso, o sentimento paternalista está bastante vincado, nota-se mesmo uma vontade de Leodan em participar nas brincadeiras e alimentar o mundo fantasioso que as crianças conhecem. O carácter dele enquanto rei pode ser duvidoso, mas enquanto pai o mesmo já não acontece, pelo contrário.
Um personagem intrigante é o melhor amigo e conselheiro do rei, Thaddeus Clegg! Juro que não entendo certas atitudes tomadas por ele. Ora assume o papel de vilão, ora assume o papel de Maria Madalena arrependida. Eu entendo todos os motivos da porcaria que ele fez (e eles são realmente fortes), apesar de não achar razoável e justificatório, mas ainda assim acho o personagem confuso. Não consigo gostar dele. Aliás, não simpatizo mesmo nada com a criatura!
A acção é bastante rápida. Há certas coisas que acontecem, principalmente com Aliver, demasiado depressa. Esperava que surgissem de forma um pouco lenta e gradual. Mas foi só com o herdeiro do trono, porque com os restantes até foi aceitável.
Recomendo o livro para todos os fãs de fantasia. E que desengane-se quem pensa que é uma cópia da obra de Martin, porque não é. Eu é que notei alguns semelhanças. Só isso! Enfim, estou ansioso para começar o segundo livro e espero que nos próximos volumes os irmãos se unam como armas e líderes para limpar o nome dos Akaran! Unidos transformarão Acácia!
Quero muito ler este livro, já o tenho na wishlist há algum tempo. É a primeira opinião que leio sobre ele e ainda bem que é positiva.
ResponderEliminarCompra sem medo! A saga já foi toda lançada em português, portanto não haverá o risco de ficarmos com ela incompleta :P
EliminarTenho o livro em inglês, na estante, há mais de 2 anos e ainda não senti aquele impulso para o ler! Uma das críticas que li dizia até que era um bocado depressivo e que havia sempre uma tendência para "escurecer" a história. De qualquer das formas, esta review até me deu vontade de o ler. Talvez pegue em breve :)
ResponderEliminarOlá Eduardo :)
EliminarAcho que fazes muito bem pega-lo em breve! Ando a ler o segundo volume e já comprei os restantes. Não senti essa depressão e escuridão, ainda vou no início. Mas agora fiquei curioso ahaha
Obrigado pelo comentário! :D
Olá,
ResponderEliminarBom parece que temos aqui uma boa saga, gostei muito da tua opinião. Apesar das semelhanças com a saga Crónicas do Gelo e do Fogo parece que são só alguns pontos.
Acho que vou anotar, quem sabe depois de ler as crónicas do gelo e do fogo.
Beijinhos e boas leituras.
É um bom investimento, acredita :P Espero não me desiludir nos restantes volumes ahaha
Eliminar