Wayward Pines é como uma pastilha elástica

"Wayward Pines" é uma mini série de apenas 10 episódios da Fox, baseada na trilogia "Pines", de Blake Crouch. Na série, acompanhamos a vida do agente federal Ethan Burke, que tenta localizar dois colegas. No meio dessa investigação acaba por chegar a uma pequena cidade, chamada Wayward Pines. Ethan envolve-se num acidente de carro e é levado para o hospital. Ao acordar, descobre ter perdido todos os seus documentos. As tentativas de ligar para a sua família saem frustradas e ninguém parece acreditar que ele é quem diz ser. Assim, Ethan desconfia que algo de estranho está a acontecer ali. Para piorar, o agente descobre que a cidade está protegida por uma cerca elétrica que impede qualquer pessoa de entrar... ou sair. E ainda que todos os habitantes seguem à risca um conjunto de regras já estabelecidas!

  

Ouvi falar tão bem desta série que, curioso como sou, decidi espreitar e acabei por ver tudo. O burburinho que se gerou à volta dela foi desnecessário. Não é nada por aí além. Não trás um assunto novo. É apenas mais uma série, como tantas outras, que daqui a uns meses será esquecida facilmente como foi falada.

Tendo por base uma trilogia, deixou muito a desejar a nível de conteúdo. Se os livros forem assim, então realmente não valem o custo. Eu, que tinha vontade de os ler, perdi-a logo ao ver a série. Tem pouco sumo. A verdade é que também só fizeram dez episódios, portanto não vou ser mau e dizer que não valem nada. Não sei, nunca os li. Provavelmente devem ter cortado muita coisa, mas penso que o essencial está na série. Então o essencial não me convenceu. Apenas se vê, porque não há nada melhor agora. "Wayward Pines" é como uma pastilha elástica: no início o sabor sabe bem, mas depois é igual a tantas outras.

  

A série, à semelhança de "Game of Thrones", também tem o dom de trocar a personalidade das personagens. A enfermeira Pam, que no início parecia má, episódios depois adoptou uma postura mais dócil. Oi? O que é que eu perdi? Tudo bem que conhecemos melhor o passado dela, mas ainda assim foi estranho ver essa mudança. A enfermeira no início e a meio da temporada têm personalidades totalmente díspares!

Não é uma série que surpreende, à excepção do plot twist que é revelado a meio. O resto não é novidade. Tem mesmo algumas partes previsíveis, como a chegada de algumas pessoas à cidade e o/a líder do grupo de rebeldes, por exemplo. Todavia, achei o final inesperado! Tanta morte, tanta lágrima derramada e sangue espalhado para nada. No fim voltou tudo ao mesmo! Mas, ainda assim, gostei do que apresentaram: um ciclo sem fim. Uma espécie de "all this has happened before, and all of it will happen again", como na série "Battlestar Galactica".

Já li por aí que acham a série uma obra de arte. Não concordo. Se assim fosse, a série não seria facilmente resumida em duas ou três frases.